quarta-feira, 2 de março de 2011

Construtoras disputam obras abandonadas em BH

Os prédios inacabados – ou abandonados – são o novo alvo das construtoras de Belo Horizonte. A escassez de terrenos para construir na capital leva as empresas a se voltarem para os esqueletos de concreto, os edifícios com obras paralisadas há algum tempo. O aquecimento do mercado imobiliário – e a conseqüente falta de unidades para locação e venda – transformou essas unidades em objetos de cobiça pelas construtoras. Os edifícios abandonados, que no passado podiam representar dor de cabeça maior para os interessados no terreno, hoje passam a ser vistos de outra forma. Segundo os investidores, os arranha-céus inacabados estão com os dias contados.

“Com o mercado de imóveis aquecido, os proprietários de terrenos estão pedindo preços fora da realidade na capital, valores de Rio de Janeiro e São Paulo. Isso torna as obras inviáveis. Pelo preço que estão pedindo pelo terreno, parece que vamos levar petróleo no subsolo também”, brinca Jackson Câmara, vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). A tendência, segundo ele, é de que os esqueletos desapareçam.

Entre os alvos das construtoras está o Edifício Tupis, conhecido como Balança-mas-não-cai, um dos mais tradicionais esqueletos de concreto da capital, na esquina da Avenida Amazonas com a Rua Tupis. O edifício foi construído em 1945, mas está abandonado desde 1975. Depois de servir por mais de 30 anos como abrigo a moradores de rua, o prédio vai voltar a ser unidade residencial. A construtora Diniz Camargos está em fase final de negociação da compra do prédio e pretende construir 68 unidades residenciais nos 17 andares do prédio.

“A cidade está resgatando as obras paralisadas. Se o mercado continuar aquecido, certamente não vamos ter nenhuma unidade inacabada pelas ruas”, afirma Teodomiro Diniz Camargos, diretor da construtora. A empresa cobiçou outros esqueletos, além do Balança-mais-não-cai, como um edifício na Avenida Augusto de Lima, próximo da Praça Raul Soares. “Mas a construtora Concreto chegou primeiro”, diz.

Os prédios da antiga construtora Encol, que foi à falência no fim da década de 1990, também começam a ser retomados pelo mercado imobiliário. Das 13 obras paralisadas pela construtora na capital, mais de cinco voltaram à ativa. “Quem teve prejuízo com os imóveis no passado, sabe que vai ter o retorno rápido do investimento depois que as obras forem finalizadas”, afirma Adriana Magalhães, vice-presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário e dos Condomínios de Minas Gerais (Secovi-MG).

Geórgea  Choucair - Estado de Minas
Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/archive/index.php/t-598473.html

(Comentário: A reportagem revela como as edificações abandonadas passaram a ser valorizadas pelas grandes construtoras. A partir do aquecimento do mercado imobiliário, a falta de imóveis disponíveis no mercado e altos preços pedidos pelos lotes e terrenos, os prédios abandonados passaram a ser cobiçados, destacando obras inacabadas que estão voltando a ser construídas e finalizadas.)

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