quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mobilidade e adensamento urbano

Numa grande cidade as pessoas se movimentam em massa de onde moram para onde trabalham, estudam, compram e têm seu lazer. Se estes locais são distantes entre si, inviabilizam o deslocamento a pé, gerando a necessidade do uso de equipamentos de transporte individual ou coletivo.
Entre o mais simples equipamento individual, a bicicleta, e o mais complexo equipamento coletivo, o metrô, existe uma grande gama de possibilidades. A opção entre cada uma delas, seja pelo indivíduo, seja pela coletividade, vai depender de vários fatores: distância a percorrer, tempo disponível, conforto desejado e disponibilidade de recursos para se ter o equipamento adequado.
Considerando que a quantidade de recursos é fixa e definida, seja pelo indivíduo, seja pelo poder público, as variáveis que sobram são distância, tempo e nível de conforto desejado. Considerando ainda que a maioria das pessoas e/ou coletividades gostaria de ter o máximo de conforto possível, as variáveis que finalmente ficam são distância e tempo disponível.
Quando as distâncias são grandes, as opções individuais não resolvem: a bicicleta não dá conforto e o carro provoca congestionamento, perda de tempo e poluição.
Nesse caso, a equação só se resolve pela redução do tempo de percurso, o que exige a implantação de equipamentos públicos eficientes e de qualidade como o trem para os subúrbios e o metrô e os corredores de ônibus para a malha urbana, soluções nem sempre viáveis economicamente ou convenientes em termos urbanísticos, como no caso dos corredores.
Uma outra saída, alternativa ou complementar, seria a redução das distâncias pelo adensamento e a multifuncionalização das centralidades urbanas. Para isso, dever-se-ia estímular ao máximo o aproveitamento do solo, inclusive com o estabelecimento de coeficientes mínimos de aproveitamento. E, não há que se temer um eventual e até provável déficit de infra-estrutura. É muito mais barato ampliar a capacidade de uma rede elétrica, de água ou esgoto, em alguns quarteirões altamente adensados ou em processo de adensamento, do que estendê-las ao longo de novas urbanizações, muitas vezes feitas ao arrepio da lei, em áreas de matas ou mananciais. [...]

Marco Antonio Ramos de Almeida (Superintendente Geral da Associação Viva o Centro)
Disponível em: http://www.vivaocentro.org.br/publicacoes/urbs/urbs47.pdf


(Comentário: Após passar pelos meios de transporte disponíveis, descrevendo seus pós e contras, observa-se como forma de solucionar ou minimizar o problema da mobilidade o adensamento dos centros urbanos. É uma possibilidade interessante uma vez que sempre que se pensa em mobilidade fala-se de veículos ou transporte público como solução.)

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